Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela.

Friday, March 28, 2008

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,

Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,

Pergunto a mim próprio devagar

Porque sequer atribuo eu

Beleza às coisas.


Uma flor acaso tem beleza?

Tem beleza acaso um fruto?

Não: têm cor e forma

E existência apenas.

A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe

Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.

Não significa nada.

Então porque digo eu das coisas: são belas?


Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,I

nvisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens

Perante as coisas,

Perante as coisas que simplesmente existem.


Que difícil ser próprio e não ser senão o visível!

1 comment:

Filipe ' said...

Este poema já conhecia..e gosto..=)

Bolas tu tens muito bom gosto..=)

Abraço amigo