Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela.

Monday, March 31, 2008

Os sonhos que não vivi..

Na minha vida cinzenta e sem brilho,
Eu te encontrei
E por ti me apaixonei.
Sem saberes,
Coloriste o meu caminho
Com o teu sorriso e o teu carinho.
Sem quereres,
O amor, em mim, voltaste a despertar
E contigo, passei a sonhar.

Sonhei que vinhas ao meu encontro
E ternamente me segredavas…
“Que também, me amavas”

Mesmo sabendo que tudo foi ilusão,
Longe de ti e sem te ver,
É difícil te esquecer!

Sinto saudades dos momentos
Que contigo vivi,
Dos beijos, que não esqueci.
Sinto saudades dos sonhos,
Em que, por magia, aparecias
E com amor e ternura, me envolvias.
Simplesmente...,
Sinto saudades de ti
E dos sonhos que não vivi!...

Sunday, March 30, 2008

Amo-te !

Eu sinto-me perdido
em mundos de encantar
possuo um coração ardido
que tem muito para dar.

Eu aprecio a água do mar
e o vento que sopra em redor
eu tenho o poder de te amar
e o de pensar no pior.

Mas não sou feito de ferro
Não tenho um poder infinito
e vagueio sozinho lutando
num mundo de coração aflito.

E noto o quanto gosto de ti
e vejo tudo o que sou capaz
Observo o quanto sofri
e tudo o que deixei para trás.

Não sei quando te verei de novo
Não vejo o fim deste tormento
Mas noto um futuro diferente
deste presente de sofrimento.

E sonho... sonho bem alto
E das profundezas de chamo
E subo ao mais alto asfalto
Pra gritar ao mundo o quanto te amo.

Saturday, March 29, 2008

Felicidade

Felicidade
Passa
E quase não se sente,
Passa.
Sem passado
Nem presente.

Olhem!
Quase não se vê
Como a ausência
que não se lê.

Felicidade
Passa
Tão perto, tão rente
Junto de nós
Calada.
Colada levemente

Olhem
Quase não se vê
Como a tristeza que não se lê.

Felicidade
Passa
E quase não se sente
Passa
Mesmo ao nosso lado
E desaparece de repente.




Amo-te!


'
Rogério Martins Simões'

Friday, March 28, 2008

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,

Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,

Pergunto a mim próprio devagar

Porque sequer atribuo eu

Beleza às coisas.


Uma flor acaso tem beleza?

Tem beleza acaso um fruto?

Não: têm cor e forma

E existência apenas.

A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe

Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.

Não significa nada.

Então porque digo eu das coisas: são belas?


Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,I

nvisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens

Perante as coisas,

Perante as coisas que simplesmente existem.


Que difícil ser próprio e não ser senão o visível!

Saturday, March 22, 2008

Passado

Hoje quero que esteja presente,
Tudo que ontem esteve ausente,
quero tudo aquilo que ontem não tive,
quero tudo aquilo em que nunca pensei
quero tudo aquilo que nunca sonhei ter
quero tudo aquilo que nunca imaginei possuir.


Hoje quero voar, correr, pular e brincar
como os pássaros numa doce tarde de primavera;
Quero me libertar dos grilhões da
saudade do passado,
Quero viver muitas vidas como o artista do teatro,
ou como o gato vagabundo do telhado.


Hoje quero pensar em ti,
sem a mágoa de ontem;
Hoje, quero não mais te amar,
como te amei ontem,
Quero não mais sofrer,
como sofri ontem;
Quero não mais chorar,
como chorei ontem.


Hoje, quero olhar para ontem,
e ver, justamente aquilo que é, e representa
o passado com a tua presença,
mas ter de aprender a viver o hoje, presente,
com a tua ausência.

Friday, March 21, 2008

Não, não é cansaço...

Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Thursday, March 20, 2008

Se, depois de eu morrer...

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,

Não há nada mais simples.

Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.

Entre uma e outra todos os dias são meus.


Sou fácil de definir.

Vi como um danado.

Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.

Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.

Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.

Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;

Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.

Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.

Fechei os olhos e dormi.

Wednesday, March 19, 2008

Não sei o quê desgosta

Não sei o quê desgosta

A minha alma doente.

Uma dor suposta

Dói-me realmente.


Como um barco absorto

Em se naufragar

À vista do porto

E num calmo mar,


Por meu ser me afundo,

Pra longe da vista

Durmo o incerto mundo.

Tuesday, March 18, 2008

Quando estou só reconheço

Quando estou só reconheço

Se por momentos me esqueço

Que existo entre outros que são

Como eu sós, salvo que estão

Alheados desde o começo.


E se sinto quanto estou

Verdadeiramente só,

Sinto-me livre mas triste.

Vou livre para onde vou,

Mas onde vou nada existe.


Creio contudo que a vida

Devidamente entendida

É toda assim, toda assim.

Por isso passo por mim

Como por cousa esquecida.

Sunday, March 9, 2008

Tudo o que sou... porque nao?


Tudo o que sou não é mais do que abismo

Em que uma vaga luz

Com que sei que sou eu, e nisto cismo,

Obscura me conduz.


Um intervalo entre não-ser e ser

Feito de eu ter lugar

Como o pó, que se vê o vento erguer,

Vive de ele o mostrar.